miércoles, 3 de abril de 2013

"Deixa-me seguir para o Mar" de Mario Quintana


Tenta esquecer-me. Ser lembrado é como
evocar-se um fantasma... Deixa-me ser
o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo...

Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
me recamarei de estrelas como um manto real,
me bordarei de nuvens e de asas,
às vezes virão em mim as crianças banhar-se...

Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
as imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...

toda a tristeza dos rios
é não poderem parar!

Mario Quintana (Baú de Espantos, 1986)


Déjame seguir hacia el Mar

Intenta olvidarme. Recordarme es como
evocar un fantasma... Déjame ser
lo que soy, lo que siempre fui, un río que va fluyendo...

En vano, en mis márgenes cantarán las horas,
me recamaré de estrellas como un manto real,
me bordaré de nubes y de alas,
a veces vendrán los niños a bañarse en mí...

¡Un espejo no guarda las cosas reflejadas!
Y mi destino es seguir... es seguir hacia el Mar,
perdiendo las imágenes en el camino...
Déjame fluir, pasar, cantar...

¡toda la tristeza de los ríos
es no poderse parar!

Mario Quintana (Baú de Espantos, 1986)
(versión de Pedro Casas Serra)

No hay comentarios:

Publicar un comentario