martes, 14 de octubre de 2014

"Dedicatória" (A Cor do Invisível, 1989)

Quem foi que disse que eu escrevo para as elites?
Quem foi que disse que eu escrevo para o bas-fond?
Eu escrevo para a Maria de Todo o Dia.
Eu escrevo para o João Cara de Pão.
Para você, que está com este jornal da mão...
E de súbito descobre que a única novidade é a poesia,
O resto não passa de crônica policial - social - política.
E os jornais sempre proclamam que "a situação é crítica"!
Mas eu escrevo é para o João e a Maria,
Que quase sempre estão em situação crítica!
E por isso as minhas palavras são quotidianas como o pão nosso de cada dia
E a minha poesia é natural e simples como a água bebida na concha da mão.

Mario Quintana (A Cor do Invisível, 1989)



DEDICATORIA

¿Quién dijo que yo escribo paras las élites?
¿Quién dijo que yo escribo para los bajos fondos?
Yo escribo para la María de cada día.
Yo escribo para el Juan cara de pan.
Para ti, que tienes este diario en la mano...
Y de pronto descubres que la única novedad es la poesía,
El resto no pasa de ser crónica politica-social-polícial.
¡Y los periódicos siempre proclaman que "la situación es crítica"!
Mas lo que yo escribo es para Juan y María,
¡Que casi siempre están en situación crítica!
Y por eso mis palabras son cotidianas como el pan nuestro de cada día
Y mi poesía es natural y simple como el agua bebida en el cuenco de la mano.

Mario Quintana (A Cor do Invisível, 1989)
(Versión de Pedro Casas Serra)

No hay comentarios:

Publicar un comentario