domingo, 12 de octubre de 2014

"Magias", de Mario Quintana (A Cor do Invisível, 1989)

Os antigos retratos de parede
Não conseguem ficar por longo tempo abstratos.

Às vezes os seus olhos te fitam, obstinados.
Porque eles nunca se desumanizam de todo.

Jamais te voltes para trás de repente:
Poderias pegá-los em flagrante.

Não, não olhes nunca!
O melhor é cantares cantigas loucas e sem fim...
Sem fim e sem sentido...
Dessas que a gente inventava para enganar a solidão dos caminhos sem lua.

Mario Quintana (A Cor do Invisível, 1989)



MAGIAS

Los antiguos retratos de pared
No consiguen quedar por largo tiempo abstractos.

A veces sus ojos te miran, obstinados.
Porque ellos nunca se deshumanizan del todo.

Jamás te gires hacia atrás de pronto:
Podrías cogerlos in fraganti.

¡No, no mires nunca!
Es mejor que les cantes canciones locas y sin motivo...
Sin motivo y sin sentido...
De esas que la gente inventaba para engañar la soledad de los caminos sin luna.

Mario Quintana (A Cor do Invisível, 1989)
(Versión de Pedro Casas Serra)

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