jueves, 24 de septiembre de 2015

“TEMO POR MEUS OLHOS” de Thiago de Mello (De Silêncio e Palavra, 1951)

TEMO POR MEUS OLHOS

Temo por meus olhos
diante das puras vestes.
E no entretanto, desejo.

Temor que sugere o epílogo
de ser cântaro partido
ao lado de fonte pródiga.

A não contemplar, prefiro
definitiva cegueira.

Não como os homens cegos,
mas como os pés das crianças
que são cegos, caminhando. 
Thiago de Mello (Silêncio e Palavra, 1951)

TEMO POR MIS OJOS

Temo por mis ojos
ante puras vestiduras.
Y sin embargo, deseo.

Temor que sugiere el fin
de ser cántaro partido
al lado de fuente pródiga.

A no contemplar, prefiero
ceguera definitiva.

No como los hombres ciegos,
sino como pies de niños
que son ciegos, caminando. 
Thiago de Mello
(Versión de Pedro Casas Serra) 

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